quinta-feira, 23 de maio de 2013

Dependente quimico e uma pessoa que é viciado em algo tipo drogas maconha,oxi,crack,alcool,medicamentos e etc. Essas pessoas podem se recuperar em comunidas teraupeuticas(casa de recuperação).Essa doênça causa várias consequêcias para a familia.
2. DEPENDENTE QUÍMICO: UM SER HUMANO

Dentro de um programa de recuperação terapêutico-educativo é importante considerarmos alguns aspectos gerais sobre a concepção do ser humano “dependente químico”:

  1. Acima de tudo é um ser capaz de entender, querer e decidir, mesmo considerando o abismo em que se encontra, mas com um problema a mais. Este problema se manifesta através do sintoma da dependência química mascarando, em vários níveis, a perda de autonomia e liberdade pessoal para fazer projetos, escolhas e tomar decisões.
  2. Mesmo com a doença manifestada conserva todas as capacidades e possibilidades de resgatar a autonomia individual, a capacidade de escolher e decidir.
  3. Conserva a capacidade e possibilidade de transformar a sua problemática humana em um projeto: tem a possibilidade de projetar inicialmente, e viver, depois, uma existência repleta de significados e valores. Pode, a qualquer momento, valorizar a si mesmo se descobrir o significado da sua história pessoal.
  4. É um ser humano confuso e ferido: está fazendo mal a si mesmo e, neste momento, é incapaz de se defender. Por isso necessita de uma ajuda externa que o acompanhe em uma nova direção e o sustente com amor e profissionalismo.
  5. É um ser humano sozinho, fisicamente separado dos outros, emocionalmente fechado, socialmente marginalizado que, porém, não perdeu a criatividade, a necessidade de “pertencer”, de fazer amizades e ter amor.
  6. Um ser humano capaz de confrontar, estimar, respeitar, perdoar, de mostrar qualidades e de ter consciência. È um protagonista, digo, comunicativo e dinâmico que expressa. Muda, cresce. Desenvolve-se partindo de si mesmo em direção aos outros.
  7. Um ser humano feito para viver em grupo expressando sentimentos, fatos, acontecimentos para resgatar valores comuns e reduzir as tensões sociais.
  8. Um ser humano único e personalizado na sua dimensão familiar e social. Único porque é um ser vivo: valor máximo e transcendente a qualquer ouro em sua história, que pode ser sujeito e jamais objeto, objetivo e fim jamais, instrumento e meio para conseguir algo.
  9. Concluindo: é uma pessoa capaz de renascer e reprojetar a própria vida em direção a autonomia e liberdade, através de um relacionamento intenso, da sua criatividade, de novas relações familiares, de sua presença ativa e dinâmica no seu grupo social.


3. SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS

Conforme definição da OMS (Organização Mundial da Saúde) são consideradas substâncias psicoativas todas aquelas de origem natural ou sintética, incluindo álcool, que uma vez utilizadas, modificam as percepções sensoriais.


Não fazemos distinções entre substâncias leves, pesadas, estimulantes, depressoras ou alucinógenas porque não consideramos o sintoma da dependência química através das substâncias psicoativas utilizadas, mas sim através da problemática humana que está por trás de tudo.


Isto não significa que ignoramos as substâncias químicas e os efeitos que estas causam às pessoas. Quando se faz necessário tratar sintomatologia que as drogas causam às pessoas, estas devem ser encaminhadas aos serviços médicos especializados.


Partimos do pressuposto que qualquer pessoa, se desejar verdadeiramente, pode parar de fazer uso de qualquer substância química sem que isso possa acarretar-lhe algum problema físico sério. A experiência nacional e internacional tem demonstrado que os sintomas da abstinência podem ser “represados” dentro da Comunidade Terapêutica, na maioria dos casos, pela alta coesão do ambiente criado pelo grupo.


Dramatizar a crise de abstinência, muitas vezes, é um jogo das pessoas que querem parar de usar drogas, porém não estão dispostas a lutar verdadeiramente para conseguir. Isto reforça o comportamento típico do dependente químico, ou seja, conseguir alguma coisa sem, na verdade, “lutar para”, como é a dinâmica que a vida impõe a todos os seres humanos. A droga esconde o sentimento de incapacidade, falência, impotência, etc.


Para que haja um processo de recuperação é necessário:
  • O abandono total de quaisquer substâncias psicoativas (exceções para pessoas com comprometimentos neurológicos ou distúrbios psiquiátricos além do quadro da dependência química),
  • Mudança dos comportamentos e
  • Mudança de estilo de vida.

  • A dependência química não pode ser tratada com medicação alternativa para aliviar o sofrimento que a própria doença causa porque este tipo de medicação impede o dependente de entrar em contato consigo mesmo, perpetuando o seu estado de dependência. Nenhum dependente consegue fazer uso de substâncias psicoativas todos os dias na quantidade e qualidade que deseja; algumas vezes não faz uso por diversos dias e não morre por crise de abstinência.


    Sabemos que a crise de abstinência pode ser sentida, mas o dependente,muitas vezes, quer impressionar para ver se consegue algum tipo de medicação alternativa quando não consegue obter a dose habitual. O dependente não precisa de nossa compaixão ou pena pelo mal-estar provocado pela crise de abstinência . A manipulação do dependente intensificando os próprios sintomas da crise é quase automática. Porém, quando eles demonstram o desejo de parar de usar e recebem a ajuda adequada, existe uma grande possibilidade de deixar a droga. Este é o momento de oferecermos uma proposta alternativa e uma mudança de estilo de vida.


    Devemos evitar intervenções confusas que podem prejudicar o dependente. A qualquer momento que o dependente não consiga ou não queira aceitar as propostas do programa deve ter a liberdade de fazer outras escolhas (é importante se fazer uma última tentativa no intuito de ajudá-lo a entender o porquê de outras escolhas) ou ser encaminhado a outras propostas. É importante evitarmos a confusão, pois este é o terreno predileto do dependente.


    4. COMUNIDADE TERAPÊUTICA (CT)

    O programa terapêutico-educativo, a ser desenvolvido no período de tratamento da Comunidade Terapêutica, tem como objetivo ajudar o dependente químico a se tornar uma pessoa livre através da mudança de seu estilo de vida. A proposta da CT deve considerar que o dependente químico pode desenvolver – se nas diversas dimensões de um ser humano integral através de uma comunicação livre entre a equipe e os residentes, em uma organização solidária, democrática e igualitária.


    A CT é uma ajuda eficaz para quem tem necessidade de liberar as próprias energias vitais para poder ser um HOMEM em seu sentido pleno, adulto e autônomo, capaz de realizar um projeto de vida construtivo, de aprender a estar bem consigo mesmo e com os outros sem a “ajuda” de substâncias psicoativas.


    Podemos utilizar a definição de CT de Maxwell Jones: ”... grupo de pessoas que se unem com um objetivo comum e que possui uma forte motivação para provocar mudanças”. Este objetivo comum, na maioria das vezes, surge em um momento de crise onde o individuo apresenta uma desestruturação na sua vida em todas as áreas: física, mental, espiritual, social, familiar e profissional. É nesse momento que as pessoas diminuem as defesas, resistências e demonstram maior disponibilidade e abertura a mudanças porque não tem nada a perder. O objetivo da CT é o crescimento das pessoas através de um processo individual e social; é o papel da equipe é ajudar o indivíduo a desenvolver seu potencial.


    Para que a equipe seja eficaz é muito importante acreditar, independentemente de qualquer comportamento que o residente tenha tido, que ele pode mudar.


    Se não houver essa credibilidade, porque alguns residentes estão mais comprometidos e com maiores dificuldades para mudar, existe o risco de “abandono” desses residentes.


    Se a equipe acreditar que todos podem mudar dedicará a atenção que cada um precisa para que a mudança ocorra.


    Outro aspecto importante a ser ressaltado a respeito da equipe é a transdisciplinariedade. Antes de serem os profissionais da CT, são participantes e devem saber a respeitar as regras desta para que as relações aconteçam em um ambiente familiar, pois em uma família as pessoas se relacionam enquanto pessoas, não enquanto cargos, profissões. Este conceito interliga todos os setores e as responsabilidades são transferíveis. Por ex: o psicólogo pode assumir a responsabilidade da enfermeira em uma situação de primeiros socorros, assim como, orientar o residente responsável pelo setor de limpeza como deve ser feita a faxina geral da CT.


    Nenhum elemento da equipe fica restrito, limitado ao seu cargo, pois em termos de funções existe um leque de responsabilidades. É evidente que esta transdisciplinariedade deve estar clara para todos da equipe para que não aconteçam “melindres” ou ingerências nas funções específicas de cada cargo, como por exemplo: o atendimento psicológico que é responsabilidade, unicamente do psicólogo.


    O ambiente da CT deve possibilitar a aprendizagem social oferecendo a oportunidade de interagir, escutar, aprender, projetar, envolver-se e crescer de maneira que, normalmente reflita a capacidade e o potencial individual e coletivo das pessoas que dele fazem parte.


    O comportamento começa a mudar através da auto-iniciativa do residente. Como ele vem de uma vivência de sub-cultura (valores não aceitos pela sociedade), devemos solicitar que ele exercite agir com honestidade, pontualidade, solidariedade, etc., (valores aceitos pela sociedade) para que os internalize e os vivencie através das mudanças de estilo de vida. A dinâmica desse processo depende, em parte, da organização social da CT e, e, parte, da motivação das pessoas envolvidas.

    Os residentes são apoiados e atendidos pela equipe transdisciplinar. Existe uma divisão de trabalho e um investimento real na CT, sendo que, algumas vezes, este investimento visa à própria sobrevivência da CT. O enfoque deve ser sobre o processo e, se este for correto, teremos grandes chances de ter um resultado positivo como conseqüência.


    O programa, para ser eficaz, deve ser aberto tanto internamente entre os membros que fazem parte do ambiente social, quando externamente com os devidos cuidados e respeitos às regras fundamentais (as fronteira do CT devem ser protegidas, mas as informações devem entrar e sair).


    É claro que, como diz Harold Bridges, uma organização aberta é: ... “Mais exposta às transformações e justamente por isso mais vulnerável.


    O processo é positivo, mas apresenta riscos, pois existem pessoas que querem alcançar resultados sem ter experiência para tal”... .


    Na CT devemos considerar tudo o que possibilita a criação de um ambiente terapêutico e educativo (já que a CT é um grupo de auto-ajuda permanente onde os componentes interagem a todo o momento):

    · Número de residentes,
    · Suas experiências,
    · Idade,
    · Classe sócio-econômica e cultural,
    · Organização e regras,
    · Valores,
    · Divisão do trabalho e respectivas funções,
    · Administração da autoridade,
    · Instrumentos terapêuticos,
    · Estímulos educativos,
    · O número e a qualificação da equipe transdisciplinar.
    As regras fundamentais são:
  • Não ao uso de substâncias psicoativas
  • Não à violência e ao sexo.

  • Sobre a regra de renunciar, temporariamente as relações sexuais é importante ressaltar que a sexualidade é uma energia de comunicação e a interrupção das relações sexuais estimula o residente a comunicar-se de outras maneiras tendo uma nova forma de aprendizado social.


    Permite também desenvolver aquela parte da afetividade que, até agora, permaneceu escondidas e foi negada devido aos preconceitos em função de experiências pessoais.


    Além dessa três regras fundamentais são feitas duas solicitações temporárias, para criarmos os pressupostos do trabalho pessoal e social sem jamais desrespeitarmos o direito fundamental à saúde e à liberdade de sair da CT no momento em que a pessoa assim desejar:
  • Renunciar totalmente a liberdade de movimentar-se e sair da CT sem, antes falar com o grupo e a equipe transdisciplinar;
  • Respeitar o contrato de auto-ajuda participando sempre de todas as atividades da CT. O indivíduo em um grupo ou em uma CT que se recusa a colaborar prejudica o bem estar de todos. O indivíduo não deve ser prejudicado em função do grupo ou vice-versa, pois é importante que ele aprenda a entrar em uma relação equilibrada.

  • As regras devem ser definidas, tanto morais quanto éticas, e elaboradas de acordo com as necessidades da CT. Podem ser discutidas e alteradas, se necessário for, a partir de um consenso entre residentes e equipe transdisciplinar. É importante compreender que as regras existem para serem respeitadas e que sua transgressão leva a conseqüências que devem ser assumidas.


    A equipe transdisciplinar deve garantir a todo residente o conhecimento e compreensão das regras para poder exigir o cumprimento das mesmas.


    Existem cinco áreas para que alguém funcione em um determinado nível de equilíbrio. São elas: família, pares, trabalho / escola, lei (regras sociais) e espiritualidade.


    O desequilíbrio em uma dessas áreas pode desencadear em uma pessoa algumas relações disfuncionais. Levando isto em consideração, devemos ter presente que o nosso residente, muito provavelmente apresenta desequilíbrio em quase todas essas áreas, o que faz com que ele se relacione de maneira completamente disfuncional consigo mesmo e com os outros.


    Para ajudá-lo devemos criar na CT um ambiente aonde ele possa se exercitar (como em uma academia de ginástica aonde exercitamos todo o corpo) e ter a compreensão necessária de que a droga é apenas um sintoma de algo mais profundo que precisa ser trabalhado e que, com certeza, está ligado a estas cinco áreas.
    O processo de recuperação está diretamente inter-relacionado ao trabalho a ser desenvolvido nas cincos áreas, pois não podemos trabalhar as questões: família, espiritual e trabalho / escola e desconsiderar as áreas da lei e dos pares e assim sucessivamente.

    No ambiente da “ativa”, aonde viviam anteriormente, não existiam condições adequadas para serem pessoas com dignidade (como podiam viver corretamente morando embaixo da ponte, roubando, se prostituindo, etc). Na CT devemos oferecer aos residentes confidencialidade e um ambiente saudável, onde exista segurança física, psicológica e social, considerando que não é a estrutura física que dá valores e sim as pessoas (residentes e equipe que dela fazem parte).


    A funcionalidade dentro da CT (micro-sociedade) deve ser muito similar à sociedade de origem para que o indivíduo possa experimentar situações, para poder depois, viver na sociedade. O programa terapêutico-educativo deve ser subdividido hierarquicamente de acordo com a maturidade do residente. Cada pessoa tem um papel na sociedade, por isso, assim que o indivíduo é aceito como residente na CT, passa a ter um papel em sua estrutura, uma identidade e começa a se familiarizar com hierarquia, autoridade, responsabilidade, pontualidade, etc.


    Através da interação individual e do grupo consegue-se grande compreensão da problemática do indivíduo, mas considera-se que a aprendizagem através da experiência (errando, acertando e experimentando as conseqüências) corresponde à influência mais eficaz para se atingir uma mudança duradoura (aprendizagem social).

    terça-feira, 21 de maio de 2013


    UMA DOENÇA DE MÚLTIPLAS CAUSAS:




    As dependências químicas não têm uma causa única, mas sim, são o produto de vários fatores que atuam ao mesmo tempo, sendo que, às vezes, uns são mais predominantes naquele paciente específico que outras. No entanto, sempre há mais de uma causa. Por exemplo, existe uma predisposição física e emocional para a dependência, própria do indivíduo. Vivendo como um dependente, o paciente acaba tendo uma série de problemas sociais, familiares, sexuais, profissionais, emocionais, religiosos etc., que são conseqüência e não causa de seu problema. Portanto, as causas são internas, não externas. Problemas de vida não geram dependência química.





    UMA DOENÇA COM MÚLTIPLAS REPERCUSSÕES:




    Como já dissemos, a dependência química gera inúmeros problemas sociais, familiares, físicos etc.





    UMA DOENÇA PROGRESSIVA:




    Sem tratamento adequado, as dependências químicas tendem a piorar cada vez mais com o passar do tempo.





    UMA DOENÇA CRÔNICA INCURÁVEL:




    O dependente químico, esteja ou não em recuperação, esteja ou não bebendo ou usando outras drogas, sempre foi e sempre será um dependente. Não existe cura para a dependência: nunca o paciente poderá beber ou usar outras drogas de maneira controlada. Como o diabete, não existe cura: sempre será diabético ou dependente.





    UMA DOENÇA TRATÁVEL:




    Apesar de nunca mais poder usar álcool ou outras drogas de maneira "social" ou "recreativa", da mesma maneira que um diabético nunca vai poder comer açúcar em quantidade, o dependente, se aceitar e realmente se engajar no tratamento, pode viver muito bem sem a droga e sem as conseqüências da dependência ativa. É importante notar que qualquer avanço em termos de recuperação depende de um real e sincero desejo do paciente: ninguém "trata" o dependente se ele não quiser se tratar.





    UMA DOENÇA FAMILIAR:




    O convívio com o dependente faz com que os familiares adoeçam emocionalmente, sendo necessário que o familiar também se trate, e, ao mesmo tempo, receba orientações a respeito de como lidar com o dependente, como lidar com seus sentimentos em relação ao dependente, o que fazer, o que não fazer, e sobre como proteger a si e aos demais membros da família de problemas emocionais causados pela doença do dependente. Muitas vezes, os familiares se assustam quando a gente fala que também eles necessitam de tratamento; ninguém quer ser chamado de doente. No entanto, todos os familiares de dependentes que encontramos durante nossa vida profissional nos relataram pelo menos alguma conseqüência ou problema relacionado à dependência de uma pessoa próxima. Do nosso ponto de vista, quanto mais tempo o dependente e o familiar levarem para admitir a real necessidade de ajuda, maior tempo sofrerão.

    domingo, 14 de setembro de 2008

    DROGAS,UM RISCO IMINENTE






    Drogas. A simples palavra já deixa qualquer pai ou mãe de adolescente preocupado. E com razão: as drogas são hoje um sério problema com o qual é preciso lidar e não ignorar. Mas não são apenas as ilícitas que causam preocupação, é preciso sempre lembrar que para menores de 18 anos não existe nenhuma droga legal.
    lkjhgf Quem alerta para esse fato é a doutora Daniela Pinotti, psicóloga do setor de prevenção do Grea (Grupo Interdisciplinar de Estudo de Álcool e Drogas). Recentemente o Grea realizou alguns programas de prevenção ao uso de drogas em escolas particulares de São Paulo e também na Escola de Aplicação da USP e constatou que o consumo de drogas é muito semelhante nesses dois meios, que a princípio podem parecer completamente distintos. O uso de drogas se inicia na pré-adolescência, uma fase em que o adolescente vai querer se opor aos pais. Esse tipo de "rebeldia" é natural, porém é preciso ficar atento aos hábitos de seu filho. Muitos pais assumem uma postura totalmente liberal ou o oposto, uma postura rígida e inflexível. O que os pais precisam entender é que a sua relação com seus filhos é o fator mais importante na prevenção contra as drogas. Segundo Daniela, "o adolescente precisa saber que o pai está cuidando dele, está oferecendo um espaço para ele. Mas ao mesmo tempo permanecendo dentro dos limites".
    kjhgfdAlém de ficarem atentos aos filhos, é importante que os pais estejam informados a respeito das drogas. Não há como proteger seu filho de algo que você não conhece. Em primeiro lugar é importante acabar com alguns mitos. O primeiro é que todos os adolescentes usam drogas ilegais, ou pelo menos a maioria. Isso não é verdade. Segundo o programa realizado pelo Grea, apenas 10% dos estudantes participantes haviam experimentado – mesmo que apenas uma vez – a maconha. Outro dado importante é que a maconha – ao contrário do que se costuma pensar – não é a "porta de entrada" para o mundo das drogas. Essa porta é aberta pelas drogas legais, o álcool e o cigarro. Cerca de 80% dos adolescentes que participaram do programa já haviam experimentado álcool e 40% já haviam fumado ao menos uma vez na vida.
    lkjhgfPorém não é apenas nas escolas de segundo grau que o contato com as drogas é preocupante. A doutora Sueli de Queiroz, psicóloga formada pela USP, elaborou em sua tese um perfil do estudante da USP que teria maior risco de utilizar drogas ilícitas. Segundo Sueli, esse perfil consiste da análise de cinco modelos: características pessoais, ambiente familiar, ambiente universitário, ambiente social e atitude em relação às drogas. O estudante com maior risco de fazer uso de drogas dentro da Universidade é homem, com idade entre 20 e 24 anos. Ele trabalha, seus pais fazem uso regular de álcool e drogas (principalmente medicamentos), seus amigos também utilizam drogas e esse estudante já utilizou drogas antes de entrar na Universidade. Dentro da USP, a área de biológicas é a que apresenta maior risco, sendo a de menor risco a de exatas.

    MACONHA

    Em 1735, o botânico Carl Lineu nomeou a Maconha como Cannabis sativa. A mesma foi chamada de Cannabis indica, pelo biólogo francês, Jean Baptiste Lamarck.
    Assim como outras plantas, a maconha possui dois gêneros: macho e fêmea. Em um mesmo pé pode ter ambas as estruturas sexuais. É a flor do macho que produz o pólen que fecunda a fêmea, quando a flor da fêmea é fecundada ela se enche de sementes e depois morre.
    Quando não ocorre fecundação da fêmea, essa excreta uma grande quantidade de resina pegajosa composta por dezenas de substâncias diferentes. Dentre as várias substâncias, existe a THC (delta-9-tetrahidrocanabinol) que serve de filtro solar para a planta, pois essa é de clima desértico. Apesar do THC estar presente em toda a planta é na flor da fêmea que se encontra a maior concentração da substância. A real droga da maconha é essa flor.
    O THC tem uma propriedade bem curiosa, gruda em algumas moléculas das paredes dos neurônios de animais, até mesmo do homem, tais moléculas são conhecidas como receptores de canabinóides, quando ocorre a ligação o receptor opera sutis mudanças químicas dentro da célula, mas não se sabe dizer ao certo quais são elas. Em 1992, o pesquisador israelense Ralph Mechoulam descobriu o motivo pelo qual temos tal receptor. O receptor serve para ligar-se à outra molécula, a mesma fabricada pelo próprio cérebro, muito semelhante ao THC. A molécula foi batizada por Rauph de anandamida (ananda, em sânscrito, significa “felicidade”). Enfim, o cérebro produz uma substância com efeitos parecidos com os do THC, em doses bem menores.
    Não se sabe qual a finalidade da anandamida no cérebro, mas está relacionada ao controle da dor. Pelo fato de haver receptores de canabinóides em células fora do cérebro, leva a pensar que a anandamida desempenha um papel mais abrangente do que parece.
    Além das formas de uso mais conhecidas há uma especial, a do cânhamo, que é utilizado na produção de tecidos. Supostamente foi pelo fato de Cristóvão Colombo usar tecidos derivantes do cânhamo em suas velas e cordas, assim, juntamente com as embarcações as sementes da maconha também vieram. A idéia era de plantar as sementes, pois se tivesse que ser feita alguma reparação nas velas e cordas, eles teriam o material. Enquanto a maconha era utilizada por pessoas mais pobres, ela não causava tanto medo, repúdio e preconceito. Porém, quando as pessoas de classe média começaram a fazer o uso da droga, surgiu um motivo de preocupação.
    Há indícios de que há muitos anos a maconha se faz presente em quase todo o mundo, sua disseminação se deu através de viajantes, esses levavam sementes da maconha, desse modo essa se fazia presente em quase todos os continentes. Por muitos anos a maconha foi considerada legal, sua ilegalidade em vários países, incluindo o Brasil, se deu por volta do século XX. Mas ainda existem países onde a maconha é legal, em outros ela é comercializada unicamente como remédio (auxiliando pacientes no tratamento de doenças, controlando a dor).
    No Brasil, a maconha se faz tão presente por existir muitas áreas sem qualquer tipo de vigilância. Com isso fica mais fácil o escoamento da droga. Durante um bom tempo a maconha era comercializada com um preço insignificante. Vários países tentaram mais nenhum conseguiu erradicar a maconha de seu território. A maconha é conhecida em muitos países como “marijuana”. Há boatos de que as tropas revolucionárias de Pancho Villa que chacoalharam as estruturas do poder em 1910, eram adeptos de um baseado no intervalo das batalhas; assim surgiram os conhecidos versos: La cucaracha/ la cucaracha/ ya no puede caminar/ Porque no tiene/ Porque le falta/ marijuana que fumar, atribuídos à Villa.
    O efeito causado pela maconha em pessoas que a fuma é variado. Para evitar problemas relacionados à saúde física e mental, é recomendável que a pessoa não faça o uso de drogas (no caso em questão a cannabis), pois pode agravar os problemas relacionados à saúde.

    Principais efeitos

    Os efeitos causados pelo consumo da maconha, bem como a sua intensidade, são os mais variáveis e estão intimamente ligados à dose utilizada, concentração de THC na erva consumida e reação do organismo do consumidor com a presença da droga.
    Os efeitos físicos mais freqüentes são avermelhamento dos olhos, ressecamento da boca e taquicardia (elevação dos batimentos cardíacos, que sobem de 60 - 80 para 120 - 140 batidas por minuto).
    Com o uso contínuo, alguns órgãos, como o pulmão, passam a ser afetados. Devido à contínua exposição com a fumaça tóxica da droga, o sistema respiratório do usuário começa a apresentar problemas como bronquite e perda da capacidade respiratória. Além disso, por absorver uma quantidade considerável de alcatrão presente na fumaça de maconha, os usuários da droga estão mais sujeitos a desenvolver o câncer de pulmão.
    O consumo da maconha também diminui a produção de testosterona. A testosterona é um hormônio masculino responsável, entre outras coisas, pela produção de espermatozóides. Portanto, com a diminuição da quantidade de testosterona, o homem que consome continuamente maconha apresenta uma capacidade reprodutiva menor.
    Os efeitos psíquicos são os mais variados, a sua manifestação depende do organismo e das características da erva consumida. As sensações mais comuns são bem-estar inicial, relaxamento, calma e vontade de rir. Pode-se sentir angústia, desespero, pânico e letargia. Ocorre ainda uma perda da noção do tempo e espaço além de um prejuízo na memória e latente falta de atenção.
    Em longo prazo o consumo de maconha pode reduzir a capacidade de aprendizado e memorização, além de passar a apresentar uma falta de motivação para desempenhar as tarefas mais simples do cotidiano.

    sexta-feira, 12 de setembro de 2008

    CRACK

    crack deriva da planta de coca, é resultante da mistura de cocaína, bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, resultando em grãos que são fumados em cachimbos.
    O surgimento do crack se deu no início da década de 80, o que possibilitou seu fumo foi a criação da base de coca batizada como livre. O consumo do crack é maior que o da cocaína, pois é mais barato e seus efeitos duram menos. Por ser estimulante, ocasiona dependência física e, posteriormente, a morte por sua terrível ação sobre o sistema nervoso central e cardíaco. Devido à sua ação sobre o sistema nervoso central, o crack gera aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremores, excitação, maior aptidão física e mental. Os efeitos psicológicos são euforia, sensação de poder e aumento da auto-estima. A dependência se constitui em pouco tempo no organismo. Se inalado junto com o ácool, o crack aumenta o ritmo cardíaco e a pressão arterial o que pode levar a resultados letais.

    terça-feira, 9 de setembro de 2008

    TENSÃO EM FAMÍLIA ( DROGAS )

    TENSÃO EM FAMÍLIA (DROGAS) De quem é a culpa Cabe aos pais preparar o filho para a vida em sociedade. Mas será que as escolas desse adolescentes, como a do uso de drogas, refletem a educação que receberam? “Vários fatores levam uma pessoa ao vicio – a personalidade, os amigos e até facilidade de conseguir drogas. A família exerce influência, sim mas até certo ponto”, esclarece Ronaldo Laranjeira, Psiquiatra. Marcela, 53, e Rodrigo, 60, casados há 30 anos, sempre procuraram dar uma boa educação para os três filhos. A família nunca teve contato com drogas nem sabia de amigos envolvidos. De repente, eles descobriram que os dois mais velhos usavam crack e cocaína. Foram quase 15 anos de luta – e muitas idas ao fundo do poço- antes de superar o problema. “Graças a Deus, meus filhos abandonaram o vício há três anos. As duras penas, aprendi que a família pode não ser responsável pelo vício deles, mas pode ser a alavanca para salva-los. Procuramos impor limites, repreendê-los por usar drogas mas sempre mostramos disponíveis para ajudar. Primeiro foi o mais novo, certo dia, recebi um telefonema da polícia avisando que ele estava num pronto- socorro, pois traficantes tentaram matá-lo. Quando me viu, chorou disse que me amava e tinha medo, mas faria o possível para sair daquela vida. Pediu para ajuda e eu o levei ao Narcóticos Anônimos .O mais velho continuou a usar drogas, na época ele trabalhava em Manaus, na empresa da nossa família. Por causa do vício era irresponsável. Finalmente meu marido percebeu que ao sustenta-lo, contribuía apenas para manter o vício dele. Sem dinheiro ele foi obrigado a voltar para casa. Pôde ver como o irmão estava bem e resolveu iniciar seu tratamento, com nosso apoio. Hoje levamos uma vida normal e esse drama acabou nos unindo. O mais novo namora, o mais velho se e hoje sou avó”, diz. Em busca da cura O primeiro passo é: Admitir que o filho usa drogas e concordar em ajudar. É comum o usuário de drogas reconhecer sua dependência mas recusar o tratamento, pois acha que pode se recuperar sozinho. Opção para quem não pode pagar: É procurar as faculdades de Psicologia e os hospitais especializados em tratamento para dependentes . O vicio não escolhe classe social: Há drogados nas famílias de classe alta, média e baixa. A maioria dos viciados vem de famílias cujos pais não usam – nem usaram –drogas. Não há por que ter culpa. Esse sentimento só impede os pais de procurar e dar ajuda. Os pais devem se informar: Sobre a droga que o filho usa. Assim podem mostrar a ele os problemas que essa droga pode causar, de forma mais imparcial e menos alarmista possível.


    Olá amigos,

                Primeiramente, gostaríamos de explicar a propaganda acima, veiculada pela Associação Parcerias Contra as Drogas, pois sua visualização não está muito boa. A propaganda consiste em algumas folhas de maconha, em cada folha aparece escrito:   mal-me-quer, mal-me-quer, mal-me-quer   e assim por diante.  Desta forma a peça mostra que com a droga não existe bem-me-quer, somente o mal-me-quer. 
                Deixando a propaganda,  gostaríamos de deixar as nossas percepções e principalmente o que aprendemos com esta pesquisa. Primeiramente queremos dizer, respondendo ao comentário do nosso amigo Carlos (no tópico abaixo), que a nossa pesquisa reforçou as teorias estudadas, principalmente a da autora Alda Zaluar. O que percebemos é que na maioria dos entrevistados o fator relacionamento familiar influenciou, e muito, a entrada no mundo das drogas.
                Mas analisando mais pessoalmente, o que realmente marcou as nossas vidas neste trabalho foi perceber um grupo, que a princípio, denominamos de dependentes químicos, mas que, com o decorrer das entrevistas, percebemos que não são simplesmente dependentes químicos, mas sim seres humanos carentes que possuem auto-estima baixa e que na maioria dos casos não tiveram um apoio familiar para as suas indagações e questionamentos. Com isso, entendemos que um ingresso de uma pessoa ao vício, chegando deste modo à criminalidade, não tem como responsável somente o dependente. Vários fatores desde família, governo, o preconceito e o descaso tem contribuído para o aumento do número de usuários de drogas. Não estamos com isso dizendo que não há uma responsabilidade individual do dependente, mas sim que ele não é uma pessoa isolada  e que muitas ações estimulam e fazem com que a cada dia mais pessoas (principalmente jovens e adolescentes entrem para este mundo que é tão destrutivo e assustador.
                Finalizando, gostaríamos de deixar uma frase, que infelizmente não sabemos de quem é, mas desejamos que vocês reflitam com ela.

    “A maioria das pessoas da classe média e média alta estão mais preocupadas na construção de mais celas nos presídios do que em salas nas escolas”. 



     Escrito por Carmona às 21h04
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    Olá amigos, 

               Confiram a última entrevista da série com dependentes químicos. Nosso amigo, que chamaremos de LP, é um usuário de droga da classe média.

    Como iniciou o seu envolvimento com as drogas?

    LP- No meu caso fui influenciado pelos amigos, mais precisamente por um primo que era muito meu amigo e começou a usar drogas.

    Que tipo de droga você tem costume de usar?

    LP- Hoje em dia somente fumo maconha, mas já cheirei cocaína e tomava alguns comprimidos.

    E sua família, como reagiu?

    LP- Conversamos sobre este assunto justamente quando estava usando muita cocaína e estava com algumas mudanças em meu comportamento. O diálogo foi muito aberto e franco, nunca disseram que eu deveria parar de usar, apenas me mostraram que os prejuízos seriam muito grandes se eu continuasse como estava. Com isso decidi parar de usar cocaína e disse a eles que continuaria usando apenas maconha e eles me respeitaram.

    Como é o seu relacionamento com sua família?

    LP- Como já disse, sempre foi muito bom , sempre ouve muito diálogo. A única coisa triste é que perdi o meu pai há um ano devido a um enfarte.

    Somente mais uma última pergunta. A que você atribui o seu vício?

    LP- Não atribuo a ninguém, comecei a usar drogas porque quis e gosto e não pretendo parar.



    Queridos acompanhantes deste blog. Deixamos esta entrevista para o final, devido ao fato desta fugir ao padrão de todas as outras. Este entrevistado foi o único que relatou possuir um relacionamento franco e aberto com seus pais, tendo-os como amigos. Em todos os outros casos, percebemos que não havia uma estrutura familiar, ou seja, não havia interação da família na vida do filho. Logicamente, como apontam Alda Zaluar em seu trabalho, não é somente estes fatores que influenciam o início do uso de drogas. Amigos, vizinhança, falta de emprego também influenciam. Mas o que percebemos na nossa pequena pesquisa é que na maioria dos casos a falta de amizade e de um relacionamento transparente, por parte dos pais com os filhos, contribuiu fortemente para o ingresso, dos filhos, no mundo das drogas. Percebemos que o fator pais separados, pode agravar e contribuir para a entrada no vício, mas pior do que isso é quando o filho não encontra na família um local para poder mostrar seus sentimentos, angústias e carências, ou seja, possuir pais separados pode agravar a situação, mas o mais importante é criar um verdadeiro e sincero relacionamento com os filhos.   

    quarta-feira, 20 de março de 2013


    A origem das Comunidades Terapêuticas

    *Conceição Cinti

    Falando em comunidade terapêutica vale lembra que foram as instituições sem fins lucrativos as pioneiras no atendimento ao dependente de substâncias psicoativas. A primeira comunidade terapêutica no Brasil exclusivamente para o tratamento de dependentes foi o Movimento Jovens Livres, fundado pela Missionária Presbiteriana Ana Maria Brasil em 1968 em Goiânia- GO. Omovimento evangélico de assistência ao dependente de substâncias psicoativas, no Brasil, teve grande influência do Reverendo David Wilkerson, que no início da década de 50 fundou, nos Estados Unidos, a Comunidade Teen Challenge (Desafio Jovem). Essa experiência bem-sucedida foi conhecida através do livro “A cruz e o Punhal”, um best-seller traduzido para várias línguas do mundo, e um aclamado filme:



    Trecho do Filme a Cruz e o Punhal, Filme muito bom que conta a história de um Pastor que na vida real pregou para as duas mais perigosas gangs e viciados e os ganhou com poder da Palavra em Nome do Senhor Jesus.
    assista este filme completo online no www.preparatuaalma.com


    E posteriormente a vinda de David Wilson ao Brasil em outubro de 1972, influenciou sobremaneira na abertura de centenas de Comunidades Terapêuticas em todo o território nacional. Da mesma forma o movimento católico de assistência ao dependente de substâncias psicoativas, no Brasil, teve seu início com os trabalhos desenvolvidos pelo Padre Aroldo J. Rham a partir de 1978, quando fundou a Fazenda Senhor Jesus e também influenciou a abertura de centenas de Comunidades Terapêuticas em todo o território nacional (Chaves, 2007). A título de sugestão, para quem deseja entender melhor o trabalho de Restauração de Vidas e acompanhar a trajetória da primeira Comunidade Terapêutica do mundo que ainda hoje tem sua sede ativa e espalhou essa bênção por mais 70 países, segue alguns links para facilitar a busca pelas pessoas menos familiarizadas com os avanços da informática. Se você desejar conhecer também a história da primeira Comunidade Terapêutica do Brasil poderá encontrar relatos no livro de Chaves, 2007. O saudoso e pioneiro mundial em Restauração de Vidas Pastor David Wilkerson, faleceu em abriu de 2011 deixando um legado precioso de amor ao próximo e a prova concreta de que a Restauração de Vidas é difícil, porém possível.




    Através do Google é possível TR acesso a desde o início a trajetória de pioneiro da em Restauração de Vidas. Para seu maior conforto um link que lhe permitirá acesso a vitoriosa trajetória na Wikipédia:


    Vídeo mostra Nick Cruz jovem, quando era presidente da Gang mais perigosa de NY, e foi restaurado pelo poder de Deus, através dos ensinamentos do Pastor David Wilkerson:


    Conversão de Nicky Cruz através - David Wilkerson


    Como funciona uma comunidade terapeuticaCada Comunidade Terapêutica possui suas formas doutrinárias próprias para aplicar métodos de reabilitação. Entretanto, há alguns conceitos que imperam na maioria das melhores CT (Comunidades Terapêuticas). Estão relacionados particularmente com conceitos decomunidade religiosidade. Sozinho ninguém pode escapar das drogas. Entretanto, ajuda divina também necessita de esforço por parte dos pacientes. Nem mesmo Deus aprecia pessoas fracas espiritualmente. Qual o funcionamento das comunidades terapêuticas?
    Disciplina, esforço e religião, três essências que certamente estão presentes nas melhores CT’S. Pacientes precisam lutar contra dependências do corpo e mente. Especialistas indicam que começar do zero representa aspecto fundamental. Neste sentido, ser disciplinado é indispensável neste âmbito de discussão. Qualquer deslize pode simbolizar a queda de longos anos na luta.
    cotidiano muda completamente, por consequência modificando todos os anseios e perspectivas de vida. Todos trabalham juntos, possuem as mesmas tarefas e obrigações éticas / morais para com seus vizinhos que podem estar sofrendo ainda maior abstinência. Neste sentido, caráter assistencialista deve também existir indubitavelmente. Ajudar no presente para receber a mesma futuramente.
    Necessário estar constantemente em trabalho, evoluindo o próprio nicho onde vive. Este representa espelho da própria sociedade, onde cidadãos de bem necessitam trabalhar e esquecer todas as futilidades e atrações que o caminho da vida pode proporcionar. Conviver em sociedade significa trabalhar para melhorar a mesma positivamente. Por este e outros motivos, muitos ex-dependentes se tornam grandes agentes de saúde, atuando em diversas CT’S com extrema competência.
    As orações estão frequentemente presentes nos itinerário destas casas de tratamento na busca do reestabelecimento com Deus. Alguns dependentes substituem a necessária presença divina pela presença das drogas, mal combatido com veemência nas comunidades de terapia contra dependência química.

    quarta-feira, 6 de março de 2013

    Novos tratamentos para dependentes de cocaína

    O consumo de cocaína, já considerado uma epidemia no Brasil, não pode ser enfrentado com um tratamento padrão. Esta é a constatação fundamental de uma extensa pesquisa feita por psiquiatras do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea), da USP, que acaba de ser publicada no livro "Cocaína e crack, dos fundamentos ao tratamento" (Editora ArTmed). 

    Um dos coordenadores da pesquisa, o psiquiatra Marcos da Costa Leite, explica que os dependentes de cocaína são totalmente heterogêneos (sexo, idade e condição social bem distintos) e um modelo único de tratamento não corresponde às necessidades de cada paciente: 

    A dependência é uma doença crônica, que acompanha o indivíduo por toda a sua existência. A psicoterapia, portanto, deve ser paciente e persistente para que ofereça a esperança de uma recuperação duradoura. O tratamento deve atender às necessidades reais de cada paciente e, em certos casos, dos familiares. 
    Uma das dificuldades de tratar o dependente de cocaína é que a maioria jamais procura tratamento. Segundo Costa Leite, alguns consomem a droga poucas vezes e depois abandonam o consumo; outros a consomem de vez em quando, sem apresentarem qualquer conseqüência adversa pelo uso da droga; outros, por problemas transitórios, abandonam o consumo: 

    Quem procura tratamento são os pacientes com quadros mais severos de consumo. 
    O tratamento deve ser individual e simultaneamente em grupo, já que, a exemplo dos Alcoólicos Anônimos, as psicoterapias de grupo para dependentes de cocaína, crack (cocaína em pedras para fumar) e baque (injetável) mostraram-se extremamente eficazes para a identificação e a expressão de emoções dos dependentes. Mas é claro que este caminho enfrentará dificuldades. 

    Costa Leite e Antonio Carlos Justino Cabral apontam as principais dificuldades do tratamento: as expectativas irreais do paciente, que acredita ser o processo mais fácil do que parece; a manutenção do consumo da droga; as recaídas; e o próprio efeito químico da cocaína, que provoca intensas fissuras (desejo imediato de consumo acompanhado por forte ansiedade), que ocorrem ao longo do primeiro ano de abstinência total. 

    Os psiquiatras afirmam que a promoção da abstinência é o primeiro e fundamental passo para o tratamento. As regras para abstinência são parar imediatamente e de uma vez o consumo de cocaína, álcool, maconha ou qualquer outro estimulante que possa induzir ao consumo da cocaína. Depois, mudar de estilo de vida, de amigos e de ambientes onde o consumo de drogas seja o centro das atividades. Deve-se fugir de situações que causem fissuras.

    - A taxa de recaída é alta, principalmente em pacientes internados, que sentem uma falsa sensação de segurança após um programa de prevenção bem estruturado - diz Costa Leite. 

    Os médicos da USP propõem, no entanto, uma nova avaliação das recaídas, que devem ser aceitáveis e compreendidas mais como um sinal de alerta do que como uma falha do tratamento. Os pesquisadores destróem vários mitos a respeito da recaída. Por exemplo, não é preciso, segundo eles, consumir a droga para estar em processo de recaída. Basta voltar aos velhos hábitos, aos amigos drogados, aos bares e às festas. Um revival dos velhos tempos já é uma recaída. 

    A recaída não é, tampouco, um sinal de pouca motivação e não anula os ganhos já conquistados pelo tratamento. Ela faz parte dos altos e baixos do tratamento e da própria vida. A recaída não é previsível, nem evitável, mas os médicos ensinam ao dependente como tentar fugir de seus estímulos. Segundo eles, o paciente deve detectar as situações de risco: estar num bar, cansado, triste ou nervoso é um sinal de alerta para mudar de ambiente e evitar o recurso à cocaína. 

    Costa Leite diz que o dependente deve evitar até pensamentos de que a droga o deixa mais sociável ou de que o uso será mínimo. Deve aprender ainda que uma recaída não é uso contínuo: 

    - Dependendo do tipo de pensamento que o paciente tiver, ele terá uma recaída circunstancial ou não. Pensamentos do tipo "já que usei uma linha, esta recaída mostra que sou fraco e não adianta me tratar" facilitam a manutenção do consumo. 

    O livro "Cocaína e crack", com artigos de mais de 20 especialistas em dependência química, é uma viagem completa desde a história da droga e os seus efeitos no organismo às recentes descobertas terapêuticas. Os médicos constatam a gravidade do problema, mas garantem, por experiência clínica, que a busca do "corpo limpo" de drogas é difícil, mas, com paciência e persistência, é possível.

    Fonte: www.ada.com.br/luzevida/tratam/htm